«Acontecimentos vividos»
apresentado em Alcochete

A exaltante vida<br>de Gabriel Pedro

Re­a­lizou-se no dia 5, no Salão Nobre da Junta de Fre­guesia do Sa­mouco, em Al­co­chete, a sessão de apre­sen­tação do livro «Acon­te­ci­mentos Vi­vidos», da au­toria de Ga­briel Pedro e com or­ga­ni­zação de Jaime Serra.

Ga­briel Pedro foi um des­ta­cado e co­ra­joso re­vo­lu­ci­o­nário

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A sessão – em que par­ti­ci­param Ra­quel Pra­zeres, ve­re­a­dora da Cul­tura da Câ­mara Mu­ni­cipal de Al­co­chete, Rui Mota, das Edi­ções Avante!, e Jaime Serra, que há muitos anos se vem de­di­cando a um in­tenso tra­balho de di­vul­gação da his­tória da re­sis­tência an­ti­fas­cista em Por­tugal – re­velou essa per­so­na­li­dade re­vo­lu­ci­o­nária, co­ra­josa e ge­ne­rosa que foi, que é, Ga­briel Pedro.

An­tónio Al­meirim, pre­si­dente da Junta de Fre­guesia do Sa­mouco e mo­de­rador da sessão, va­lo­rizou a re­a­li­zação da ini­ci­a­tiva, re­fe­rindo que Ga­briel Pedro era uma das grandes fi­guras da terra, pois lá viveu e tra­ba­lhou, sendo in­clu­si­va­mente co­nhe­cido pela al­cunha de «Sa­mouco». Também Ra­quel Pra­zeres, por parte da Câ­mara Mu­ni­cipal, des­tacou o papel de Ga­briel Pedro para a cons­trução de um país livre e de­mo­crá­tico, re­fe­rindo a ne­ces­si­dade de serem mais co­nhe­cidas estas e ou­tras his­tó­rias da re­sis­tência em Por­tugal, em par­ti­cular nas es­colas. Rui Mota des­tacou, além da per­so­na­li­dade ímpar de Ga­briel Pedro, a qua­li­dade li­te­rária deste livro, com uma es­crita viva, vi­su­al­mente rica e com um do­mínio do ritmo que faz com que seja di­fícil de o largar.

Jaime Serra, que tra­ba­lhou com Ga­briel Pedro, va­lo­rizou o seu des­ta­cado papel re­vo­lu­ci­o­nário: aderiu ao Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês em 1931 e lutou até ao fim da sua vida pelo pro­jecto do seu Par­tido; por isso, foi preso vá­rias vezes e es­teve pra­ti­ca­mente 10 anos no Campo de Con­cen­tração do Tar­rafal. Em 1970, já com 72 anos, mas co­nhe­cendo o Tejo como poucos, veio de França clan­des­ti­na­mente para co­locar ex­plo­sivos no navio Cu­nene, que es­tava ao ser­viço da guerra co­lo­nial, na­quela que foi a pri­meira acção da ARA – Acção Re­vo­lu­ci­o­nária Ar­mada, cujo res­pon­sável era pre­ci­sa­mente Jaime Serra.

Para todos os pre­sentes, ficou a cer­teza de que esta é uma obra que me­rece mul­ti­plicar-se por vá­rias ses­sões, por todo o País e para todos os pú­blicos.

In­tensa ac­ti­vi­dade

En­tre­tanto, para ontem, já de­pois do fecho da nossa edição, es­tava agen­dada para o Centro de Tra­balho Vi­tória, em Lisboa, a apre­sen­tação do livro Dos­sier BES/​GES, um re­trato do ca­pi­ta­lismo mo­no­po­lista em Por­tugal, igual­mente das Edi­ções Avante!com a par­ti­ci­pação da jor­na­lista Ana Gou­lart, do de­pu­tado Mi­guel Tiago e do membro da Co­missão Po­lí­tica Jorge Pires.

Na origem desta obra estão do­cu­mentos e in­ter­ven­ções de de­pu­tados do grupo par­la­mentar do PCP na Co­missão Par­la­mentar de Inqué­rito ao BES/​GES. O livro re­trata ainda as li­ga­ções do BES e da fa­mília Es­pí­rito Santo ao fas­cismo e, após a Re­vo­lução, aos par­tidos da res­tau­ração mo­no­po­lista e da po­lí­tica de di­reita, PS in­cluído. Este grupo mo­no­po­lista es­teve sempre li­gado ao poder po­lí­tico, que o pri­vi­le­giava nos ne­gó­cios.

Da in­ves­ti­gação que deu lugar ao livro so­bressai a frase dita por Mi­guel Tiago aquando da apre­sen­tação da obra na Festa do Avante!: «A Banca não pode estar en­tregue, pela im­por­tância que tem, a pri­vados.»

Na pró­xima sexta-feira e no sá­bado, 11 e 12, têm lugar três ses­sões de apre­sen­tação do VI Tomo das Obras Es­co­lhidas de Álvaro Cu­nhal: sexta-feira às 21 horas em Lagos, no Salão da Junta de Fre­guesia de São Gon­çalo; e no sá­bado, às 15 horas e às 18h30, res­pec­ti­va­mente, na Bi­bli­o­teca Mu­ni­cipal de Lagoa e no Centro de Tra­balho de Faro. Este vo­lume reúne dis­cursos, en­tre­vistas e in­ter­ven­ções em ses­sões de es­cla­re­ci­mento, re­a­li­zados entre Ja­neiro e Ou­tubro de 1976.

 



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